1. Alessi, conceituado designer italiano, diz que, em nossa sociedade, os objetos tornaram-se um importante canal de comunicação, através do qual os indivíduos expressam valores, status e personalidade.
Levando isto em consideração, o que te leva a fazer um objeto? Fale sobre sua produção: o que, porque, como e para
quem você produz?

Meu trabalho é autoral, sou designer , formado pela FUMA, hoje UEMG, minha carreira é toda pautada com design, propaganda e arte, montei o ateliê estúdio há 2 anos para trabalhar com arte, moda, arquitetura, design, algo que permeasse e trabalha com todos os meios da arte, a conceitual e aplicada. E sempre possível trabalhando com minhas ilustrações.
O processo da minha criação vai alem da ilustração, eu faço a desde a criação até a venda. É um processo de aprendizado ligado ao processo artístico, nada é terceirizado, com exceção dos copos de cachaça que é adesivado e queimado. Minhas tiragens são limitadas, 50 a 100 no máximo, para agregar valores e controle do processo criativo.


2. Segundo, Costa (2004), o objeto é o mediador entre sujeito e o espaço, transformador desta realidade que afeta o modo de apropriação do mundo pelo homem. Quais significados que os objetos assumem no seu dia-a-dia?

Valores culturais de suas ilustrações
É uma bagagem minha, eu sou nordestino, fui criado no meio da literatura de cordel, festa junina, o realismo fantástico, Ariano Suassuna, orquesta armorial, maracatu coisas que sempre frequentei em casa, mas foi aflorar bem mais tarde, quando comecei a fazer o curso de Arte na escola Panamericana de SP, inspirado por Oswaldo Goeldi e J Borges. Essa é minha inspiração, está enraizada. Misturas religiosas, o folclore brasileiro, as lendas, anjos, os causos... eu gosto e querendo ou não eu transfiro pro meu trabalho.

Objetos
Sou como pai com os filhos, tem muita coisa que eu faço e não quero vender, eu vendo pelo preço que vale, se ficar pra mim eu tenho um carinho muito grande com ele, tenho um cuidado com o material e com a tiragem por causa disso. Tenho uma grande liberdade com minha imaginação e por isso este carinho com eles.

Viver disso?
Isso é engraçado, por muito tempo eu tbm questionei isso, mas é uma ilusão vc procurar algo que da muito dinheiro e fazer o que gosta por roby, isso não da certo, você só é bom numa coisa quando se dedica 100% a ela.
Ate 3 anos atrás em me senti fincado nisso, a mudança não é fácil e hoje eu vivo disso, acho que o designer é um grande desafio, no Brasil vc tem que dedicar, fazer o que vc quer mesmo para dar certo.

O talento
Hoje em dia o talento vem se perdendo demais, acho que isso é um absurdo. É um ciclo vicioso a minha diferenciação é que o meu trabalho é artistico, mas ainda vivemos num meio acadêmico

A valorização
As pessoas precisam consumir design no Brasil, falta isso. As pessoas ainda não dão valor, mas tem um valor gigante, quer queira quer não elas consomem design, a Fiat investe milhões em design por ano, design italiano, trabalha pra uma empresa que valoriza pra caramba o design, mas eles mesmo não consomem.
Falta a popularização e eu faço isso, não fico em galerias, eu monto minha galeria porque quero vender pra todo mundo, quero que quem entre lá compre nem que seja um saleiro de 30 reais, que a empregada use um avental legal, um jogo americano, por exemplo, e desmistificar essa idéia de que design é elitizado que afasta o consumidor.
Às vezes as pessoas não têm nem oportunidade de desejar alguma coisa de design, virou um gueto. As feiras populares de belo horizante por exemplos vendem coisas mais caras que muitos que vendem design por aqui.

Bom design
O melhor design para mim são os japoneses, eles nascem com design, a cultura oriental tem um organização e informação, cada um no seu quadrado, ocidental é um chentreal, os caras tão 100 anos a nossa frente, mas isso é essencial pra gente, é o nosso processo, temos que sair da inércia. Em minas gerais, é uma referencia os escritórios de SP sempre tem dois, três mineiros e quem mais consomem design hoje são os paulistas.


Rogério Fernandes - designer / http://www.rogeriofernandes.com.br/

Alessi, conceituado designer italiano, diz que, em nossa sociedade, os objetos tornaram-se um importante canal de comunicação, através do qual os indivíduos expressam valores, status e personalidade.
Levando isto em consideração, o que te leva a fazer um objeto?
Fale sobre sua produção: o que, porque, como e para quem você produz?
Os principais critérios são inventividade, funcionalidade, carga cultural que a peça traz, técnica, conceito bem fechado, qualidade do material utilizado, consciência ecológica no uso desses materiais, embalagem, humor. O resultado dessas características quando bem articuladas é a transmissão de uma mensagem ao consumidor, que imediatamente se identifica com o produto pelo que ele desperta e transmite em termos de referências pessoais, culturais , etc.

Segundo, Costa (2004), o objeto é o mediador entre sujeito e o espaço, transformador desta realidade que afeta o modo de apropriação do mundo pelo homem. Quais significados que os objetos assumem no seu dia-a-dia?
Os objetos assumem o papel de compor meu universo particular , um reflexo da minha expressão individual, ou seja, as minhas escolhas pessoais materializadas em utensílios que dizem um pouco a respeito de meus valores e me ajudam a expressar meu estilo. Enfim, me auxiliam a transmitir também uma mensagem sobre quem sou, do que gosto, o que faço, etc.

Manoela Beneti - arquiteta \ http://grampodesign.blogspot.com
Alessi, conceituado designer italiano, diz que, em nossa sociedade, os objetos tornaram-se um importante canal de comunicação, através do qual os indivíduos expressam valores, status e personalidade.
Levando isto em consideração, o que te leva a fazer um objeto?
Fale sobre sua produção: o que, porque, como e para quem você produz?
Criar e produzir é a minha forma de expressão. É uma necessidade que vai além de regras ou teorias. Acessorios, bolsas, adornos, estampas são a realização de pensamentos ou questionamentos meus. Ultimamente, tenho criado e produzido a partir de experiências e viagens pelo mundo. Sou inspirada por materiais, técnicas milenares, gestos, hábitos, imagens, lugares. Não há ordem para as peças se encaixarem na minha mente e nem para escaparem dela. Alterno momentos de extrema disciplina e caos. E as coleções vão surgindo.

Segundo, Costa (2004), o objeto é o mediador entre sujeito e o espaço, transformador desta realidade que afeta o modo de apropriação do mundo pelo homem. Quais significados que os objetos assumem no seu dia-a-dia?
Para mim, os objetos são parte da minha história. Sou cercada por objetos que me contam expeiencias de lugares que visitei, pessoas que conheci, simbolos que carregam. Às vezes são cenográficos, às vezes são por pura textura ou conforto, as vezes são simplesmente práticos.

Daniela Karam \ designer

Alessi, conceituado designer italiano, diz que, em nossa sociedade, os objetos tornaram-se um importante canal de comunicação, através do qual os indivíduos expressam valores, status e personalidade.
Levando isto em consideração, o que te leva a fazer um objeto?

Fale sobre sua produção: o que, porque, como e para quem você produz?
Cara Bruna, antes de mais nada, o que me leva a produzir meus pequenos objetos é o prazer pessoal. Me alegra e me conforta esta atividade. Obviamente que, por traz deste fazer e deste prazer existe uma vontade de compartilhar visões particulares de mundo. Uma necessidade de se expressar que é inerente a todo ser humano.
Sobre a minha pequena produção posso falar que hoje ela funciona quase como um hobby, uma vez que esta não se configura como a minha principal atividade. Caso não saiba, trabalho, na maior parte do meu dia, na elaboração de projetos de arquitetura em meu escritório e como professor do curso de arquitetura e urbanismo do UnilesteMG, no Vale do Aço.
Meus objetos nascem todos de uma requalificação de objetos já existentes. Algumas vezes estes sofrem interferências de desenhos característicos (bonecos desenhados com caneta nanquim) e outras vezes são simplesmente reordenados de forma a gerar um novo produto com uso diferente daquele inicial que o estruturou.
Os produtos não ambicionam uma escala de produção em massa. Não são projetos de desenho industrial. São manipulações empíricas a partir de visões e prospecções pessoais. Ter a chance de comercializa-los é um luxo, um prazer a mais. Como já falado no inicio deste texto a comercialização se configura apenas como uma possibilidade maior de mais pessoas dividirem estas impressões particulares de mundo.

Segundo, Costa (2004), o objeto é o mediador entre sujeito e o espaço, transformador desta realidade que afeta o modo de apropriação do mundo pelo homem. Quais significados que os objetos assumem no seu dia-a-dia?

Acho que os mesmos significados que eles assumem no cotidiano de todas as pessoas...
Toda roupa que vestimos, pente que usamos, carro que andamos, telefone que atendemos, tudo é mediador de nossa relação com o mundo a nossa volta. Não vejo isso como um mérito ou qualidade especial de um objeto. São utilitários e são projetados para auxiliar-nos em alguma atividade. O bom design ou o bom produto deve ser aquele que nos atende em todas as nossas necessidades, das mais imediatas e banais àquelas mais subjetivas e as vezes até desconhecidas.


Cássio de Lucena Carvalho \ GRAUº arquitetura urbanismo design construção
Alessi, conceituado designer italiano, diz que, em nossa sociedade, os objetos tornaram-se um importante canal de comunicação, através do qual os indivíduos expressam valores, status e personalidade.
Levando isto em consideração, o que te leva a fazer um objeto?
Fale sobre sua produção: o que, porque, como e para quem você produz?
Nossas criações ( objetos, interiores, móveis, cenários....) são a maneira que encontramos para comunicar nossas crenças, valores, sonhos, memórias, utopias. Buscamos algo atemporal, talvez movidos por essas memórias, que tentamos transformar em algo com certa poesia, humor e boa forma. Nossa produção sempre foi muito independente, com imensas limitações no que diz respeito a "grana", daí nossa maneira de criar aproveitando, misturando, re-inventando o já existente. Gostariamos de criar para as pessoas como nós, que entendem e teriam prazer em ter certos objetos, ambientes e móveis assim. Infelizmente não é sempre possivel, limitações economicas e de escala de produção tornam os produtos caros, mas sempre olhamos para essa possibilidade.

Segundo, Costa (2004), o objeto é o mediador entre sujeito e o espaço, transformador desta realidade que afeta o modo de apropriação do mundo pelo homem. Quais significados que os objetos assumem no seu dia-a-dia?
Talvez se conseguirmos criar objetos e ambientes que causem alguma emoção, delicadeza e reflexão, estaremos no caminho sonhado. É o que buscamos no nosso cotidiano particular e profissional.

Alessi, conceituado designer italiano, diz que, em nossa sociedade, os objetos tornaram-se um importante canal de comunicação, através do qual os indivíduos expressam valores, status e personalidade. Levando isto em consideração, o que te leva a fazer um objeto?
Sempre que possível gosto de atrelar a feitura de um objeto à necessidade, por exemplo uma amiga descobre um papel a prova de calor e me pede para desenvolver uma luminária a partir do uso desse papel, daí surge essa necessidade que estou falando, ela pode ser bem simples mesmo como o caso dessa amiga. Acho que a necessidade seja o grande mote para produzir algo.

Fale sobre sua produção: o que, porque, como e para quem você produz?
Essa pergunta se parece bem com a anterior, posso completá-la dizendo que gosto de transitar entre diversas escalas, pode parecer meio “bauhausiana” essa afirmação!!! Na verdade é, acho impossível não ter nenhuma ligação com essa escola que influenciou tudo mas estou bem ligado tbem à feitura destes objetos, ou seja a etapa de construção/produção sempre vinculada á etapa de projeto/design e não necessariamente a uma produção em massa como era o ideal da Bauhaus. Achom que tbem durante a produção pode-se experimentar um trabalho mental não somente durante a projetação. Através do dialogo com o material, com as ferramentas, com a escala real do que se produz é possível estabelecer um trabalho mental e criativo que pode vir a desenvolver ainda mais o que se está produzindo.

Segundo, Costa (2004), o objeto é o mediador entre sujeito e o espaço, transformador desta realidade que afeta o modo de apropriação do mundo pelo homem. Quais significados que os objetos assumem no seu dia-a-dia?
Acho que esse deleite estético alimenta a vida sabe??? Quando estou em minha casa e vejo objetos esses objetos ocupando meu cotidiano me sinto bem ao notar uma certa harmonia que eles propiciam ao lugar, é óbvio eu isso está na minha cabeça, ciente disso estabeleço que certos objetos colocados de certa maneira propiciam um deleite estético e isso cria uma sensação de conforto e bem estar, assim é que funciona comigo.

Eduardo Moreira \ arquiteto construtor